sábado, outubro 28, 2006

Madragoa


Vi-te
Senti-te

Por de trás de ti andei

Mas cedo reparei
Que ver
E sentir
Não é a mesma coisa
Quando algo se quer

Mesmo que esteja proximamente distante.

Talvez no futuro
Nasça qualquer coisa
Como a satisfação
Que me incompleta
E a paixão que desperta

Tu virás a ser a minha simples dor
Pois já aprendi no passado
Que irei conseguir passar todos os obstáculos
Para atingir a tua boca.

Por ti

Simples, Obrigatório, Fantástico, Interessante, Aberto

Tempos Adversos


Fui eu
Vem ver
Fui eu
Vem ver
Ha vidros no chão
Há folhas no chão
São livros no chão
Lutamos em vão

e claro que temos que andar
somos tempos adversos
Que puxam para trás
e claro que temos que ver a estrada
Que um dia a história acaba...

Quem foi?
Quem viu?
Quem foi?
Quem viu?
Os vidros no chão
São restos de nós
Os vidros no chão
Perdem a voz.

e claro que temos de andar
entre tempos adversos
que puxam para trás
e claro que temos que ver a estrada
Que um dia a história acaba...

...Que um dia a história acaba.

Por: Toranja - 2005

Incontinências



És o meu melhor amigo e
És o meu maior adversário
És o meu mais fiel companheiro
mas és também matreiro
Tiras-me sempre os louros
mas sabes partilhá-los
Apesar de me sentir por vezes
sozinho
e às vezes bastante apoiado
não sei se devo continuar esta situação
Pois, farto de perder estou eu
e já mereço ganhar
O meu coração já merece classe
e se não acabas com essa merda
De melhor amigo
passas a alvo número um
e já esteve mais longe
Não, não desisto dela tu bem sabes
Apesar de não ser fácil
Também não é a coisa mais difícil neste mundo
E isso
Meu caro amigo
Fiel companheiro
É como cenário que manda dançar
E eu?
Vou dançar
Posso não ser o melhor dançarino
Mas, vou tentar fazer que esta não seja uma dança perdida
E a noite vai lembrar
Num dia
Se eu consegui ou não
Mas desistir...
Isso não é meu fado
E Coimbra
A minha grande aliada
Vai ajudar-me
Essa estufa vai queimar aquele que menos importa
E abrir caminho a ´´V``
Vai abrir caminho àqueles
Que nasceram do traço perfeito
E que brilham genialidade e paixão
No fim, então?
A pergunta...
Valeu a pena voar?

Claro!

Mesmo
Assim
Não
És
Lúcido

Sangue que ficará


São integração
Ponte que liga duas margens
Negros como a noite
Em dias estonteantes

São grupos, bandos que
Nos fazem lutar com o lógico
e tiram a dignidade
de fingir e remar no inútil

Não nos olhem assim
Continuaremos a ser quem fomos
Mas sempre assim
Até ao nosso enterro

Também eu cria parar
Para me levantar
Para sorrir
Para não voltar a cair

Calor, apoio, cenário
Aclamam o teatro do seu traje
Que não passa de uma miragem
Com vergonha de gritar

O planear das suas histórias
que nos fazem tremer ao pensar
O repetir das memórias
Que sabemos não serem nossas

Porque nunca deixaremos de lutar
Vamos ensaiar a conveniência do improviso
O artificio daqueles gestos
Para fugazmente irmos ao encontro
Da união

Repetirão os sobreviventes
a tradição salgada
desta encruzilhada brutal
Em que vamos vivendo

Andando ai
Perdendo tudo aquilo que nunca fomos
Ainda bem que não resisti
Pois és tu o meu chão