sexta-feira, outubro 27, 2006

Chaga


Foi como entrar
Foi como arder
Para ti nem foi viver
Foi mudar o mundo
Sem pensar em mim
Mas o tempo até passou
E és o que ele me ensinou
Uma chaga pra lembrar que há um fim

Diz sem querer poupar meu corpo
"Eu já não sei quem te abraçou"
Diz que eu não senti teu corpo sobre o meu
Quando eu cair
Eu espero ao menos que olhes para trás
Diz que não te afastas de algo que é também teu
Não vai haver um novo amor
Tão capaz e tão maior
Pra mim será melhor assim
Vê como eu quero
E vou tentar
Sem matar o nosso amor
Não achar que o mundo é feito para nós

Foi como entrar
Foi como arder
Para ti nem foi viver
Foi mudar o mundo
Sem pensar em mim
Mas o tempo até passou
E és o que ele me ensinou
Uma chaga pra lembrar que há um fim

Por: Ornatos Violeta

Coimbra



Coimbra, a mais complexa de todas as personagens, conta a história:

Eu não sou só uma cidade. Sou uma estufa. Uma reserva natural para estudantes, onde eles vivem em plena liberdade.

Sou uma espécie de doce, entre a adolescência e a idade adulta. Mas só para os que puderam estudar. Os melhores. Eles sabem que são uma elite.

Uma manhã de Janeiro chegou um homem. Apaixonou-se por mim e pelas minhas mulheres.

Tolo, não percebeu que EU não sou para quem quer, mas para quem pode... e que o amor não abre as minhas velhas portas.

Coimbra tem mais encanto na hora da despedida...

Universidade de Aveiro



Ali está ela
Formosa, mas não segura
Princesa da cidade
Orgulho de um país

E eu?
Rendo-me...
A sua beleza e às suas gentes
Às tuas mulheres (quem me dera ai estar).
Mas atenção, Maio ainda está longe,
e ela não é para quem quer
mas para quem pode.

Tirar


Tirem-me o teu amor
Tirem-me a beleza de cada traço teu
que poderia num momento infinitivamente fugaz
até descrever
Tirem-me até a vontade de fazê-lo
Tirem-me a sensação que é ter e dar prazer
a quem nos completa
Mas há coisas que eles não nos podem tirar
A esperança, a fé, o desejar e o sonhar.
Pois meus caros, tudo isso é imortal.